O Campo Psicanalítico Salvador congrega psicanalistas e interessados no saber da psicanálise, com o objetivo de proceder à formação através da transmissão, da pesquisa e da clínica.
O Campo Psicanalítico se inspirou em uma frase – “não faço nenhuma propaganda para que haja analistas” – proferida na Conferência de Milão [Lacan, 1974]. Para ser analista – que é uma posição muito difícil –, ou seja, para que vocês sejam analistas, não posso de modo nenhum querer em lugar de vocês. Isso deve vir de cada um. É uma posição quase impossível. Logo, não posso querer em lugar de vocês. Não faço nenhuma propaganda para que haja analistas. A palavra propaganda está associada desde muito tempo à ideia de fé, de propaganda – foi assim que a palavra nasceu – fide.
Tomar essa frase – não faço nenhuma propaganda para que haja analistas – como insígnia de uma instituição de transmissão da psicanálise e de formação de psicanalistas parece paradoxal, pois, afinal de contas, uma instituição de psicanálise visa, acima de tudo, a “formação do psicanalista”. Porém, uma insígnia como tal poderia se justificar se considerarmos o desejo do analista, o fato de que o analista não pode querer, em lugar do analisando. O analista pode esperar que um certo número de pessoas queira ser analisado, mas não pode esperar que queiram ser analistas, mesmo porque uma análise não é condição suficiente para que haja analista.